A poluição do ambiente físico é uma, apenas, daquelas que nos agridem e
destroem a qualidade da nossa vida. Temos também a poluição social e a
cultural. Mas a pior de todas, a que mais nos inferniza, é a poluição pessoal.
a propria poluição, a ofuscação da propria imagem
toda a vida social repousa sobre a confiabilidade.
Nosso relacionamento com os outros se fundamenta na crença de que cada um cumprirá sua parte. Num hábitat cada vez mais técnico e mais congestionado por indivíduos, cada vez mais dependemos uns dos outros.
cada vez se torna mais difícil encontrar "gente de verdade". Gente simples, bem-educada, afetiva, atenciosa, cumpridora de suas obrigações.
Se é pedir muito, no mínimo, gente confiável.
A "qualidade de gente", entretanto, piora dia a dia. Por que será?
imensa maioria da população humana hoje se condensa em megalópoles.
E não há ambiente mais infenso ao relacionamento individual, propriamente humano, do que esses imensos arquipélagos insulares
onde o individualismo, o anonimato e uma universal despersonalização enclausuram as pessoas
Pessoas?
É duvidoso que esse modelo de homem seja viável quando ele cresça e se forme, como agora, sem um íntimo contato com a natureza, a família e a comunidade.
Podemos tirar a contraprova entrando em contato com habitantes de pequenas e médias cidades, ou com comunidades rurais.
Esse é o hábitat onde se cria "gente". Aqui, também, como contraprova podem se examinar estudos pioneiros que vêm sendo feitos em diferentes campos das ciências humanas. Antropólogos, psicólogos e filósofos se mostram surpresos com tipos de indivíduos e de comportamentos, que começam a se alastrar como espécie nova de um novo ambiente de vida. Gente que, semelhante, pensa, sente e age como dissemelhantes de todo o mundo. Aparentemente, não são anormais.
São diferentes. Mutantes culturais de uma nova espécie.
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